IA no marketing: amiga ou inimiga?

Imagem representativa da inteligência artificial no marketing, abordando a dualidade entre vilã e aliada no contexto tecnológico.

Compartilhe:

 

 

Se você está no marketing digital, certamente verá que nos últimos anos há uma verdadeira corrida em direção à inteligência artificial (IA)

 

Ela é vista por muitos como o ”futuro do marketing” e por outros tantos como um ”risco iminente” de desumanização das marcas.

 

Afinal, a IA é a mesma solução mágica que promete resolver todos os problemas ou uma ”Caixa de Pandora” oferece a revelação de novos desafios para as empresas?

 

Para responder a essa questão, é necessário analisar as cartas do jogo, analisar as vantagens e os riscos, e compreender como usar essa ferramenta de forma responsável. 

 

É exatamente isso que faremos neste artigo.

 


O que é ”IA” e como ela entrou no marketing?

 

A Inteligência Artificial (IA) pode ser definida, de maneira simples, como a capacidade que as máquinas têm de aprender, interpretar informações e tomar decisões com certa autonomia, simulando características humanas. 

 

Não é algo exatamente novo: o conceito existe há décadas. Nos últimos anos, especialmente com o avanço das tecnologias de Machine Learning (aprendizado de máquina) e dos modelos de linguagem, como GPT-4, seu uso se tornou não somente acessível, mas onipresente.

 

Relatórios recentes, como o da Dentsu (“The Year of Impact: 2025 Media Trends”), destacam que mais de 25% dos consumidores europeus acreditam que a IA terá um impacto significativo em suas vidas pessoais já nos próximos 12 meses. 

 

Já em outro panorama, esse publicado pela Meltwater (2025), é apontado ainda que aproximadamente 14% dos principais resultados de busca do Google são hoje conteúdos criados por inteligência artificial. É uma mudança drástica que coloca pressão sobre as marcas que ainda apostaram exclusivamente em conteúdo gerado por humanos, exigindo um ajuste fino na balança entre eficiência tecnológica e inovações de marca.

 

Por outro lado, essa facilidade de produção massiva (e aparentemente ilimitada) levanta uma bandeira amarela importante: se todas as marcas recorrem exclusivamente à IA, como poderão se diferenciar em termos de criatividade, originalidade e confiança?

 

Vamos, então, pelas cartas na mesa. 

 


Principais vantagens de usar IA no marketing

 

Quando usada com inteligência (e parcimônia), a IA pode se tornar uma aliada poderosa para estratégias de marketing, especialmente em processos que permitem agilidade, automação e escala.

 

1. Automação de tarefas operacionais

 

Imagine a seguinte cena: sua equipe não precisa mais exportar planilhas manualmente, nem ficar atualizando calendários de conteúdo em uma.


A IA entra em cena para gerar relatórios, responder perguntas frequentes, classificar leads automaticamente e agendar mensagens, tudo em segundos.

 

Resultado? Mais tempo para pensar, criar e evoluir.


2. Análise preditiva e segmentação de público

 

Antes Com IA aplicada
Segmentação genérica Grupos definidos por comportamento real
Aposta sem sentimento Leitura baseada em padrões de dados
Decisões por amostragem Previsão com base em histórico + contexto

 

A IA transforma o que antes era uma aposta em algo próximo da ciência: prever o que seu público quer (e antes mesmo dele pedir). 

 


3. Personalização de experiências

 

As IAs estão ajudando algumas áreas a oferecer uma experiência personalizada dentro delas. 

 

Veja alguns exemplos: 

 

Duolingo: Usa o IA do GPT-4 no serviço premium Duolingo Max para oferecer uma experiência semelhante à de um tutor humano, adaptando o nível de dificuldade das lições conforme o desempenho do aluno.

 

Spotify: Criou um DJ com inteligência artificial que comenta entre as músicas de uma playlist, misturando informações sobre os artistas e as faixas com base nos interesses do ouvinte.

 

Reddit e outras plataformas: Está testando o uso de IA para traduzir automaticamente todo o site para francês, tornando o conteúdo acessível a milhões de novos usuários. Além disso, ferramentas com IA já conseguem gerar geometrias geométricas para pessoas com deficiência visual e transformar textos em versões faladas.

 


4. Escalabilidade de conteúdo

 

Produzir conteúdo todo dia é difícil.” — da Empresa, Setor Criativo. 


É verdade; mas e se você tivesse um ”co-piloto” criativo que ajuda a montar algumas coisas, como:

 

Posts para redes sociais
✅ Scripts de vídeos
✅ Headlines para anúncios
✅ E-mails com variações testáveis

 

Facilitaria a sua vida?

 

Spoiler: ele existe. Mas só funciona bem com estratégia por trás. Escalar sem direção é o mesmo que gritar no vazio.


Os riscos (nem sempre tão óbvios) da IA ​​no marketing

 

1. Desumanização da marca

 

Quando tudo é igual, ninguém escuta.

 

Esse é o risco real quando a IA vira a porta-voz absoluta da marca.

 

A eficiência pode custar o tom de voz único, o olhar empático, uma nuance que só quem entende de gente consegue transmitir. O resultado? Uma comunicação genérica, esquecível e facilmente substituível.

 

2. Desinformação e erros sutis que viram bola de neve

 

Imagine a situação seguinte: sua marca lança um post com um dado errado gerado por IA.


Alguém. Depois mais alguém. A repercussão cresce, e cresce com a dúvida sobre suas substituições.

 

E o problema não é só errar: é nem perceber que errou.

 

3. Privacidade e uso (nem sempre ético) de dados

 

Você sabe de onde vêm os dados que sua IA usa para personalizar campanhas?

 

Pode ser:

  • O histórico de navegação do seu cliente
  • O comportamento dele em outras plataformas
  • Dados sensíveis processados ​​sem aviso

 

A nova legislação da União Europeia sobre IA já exige transparência total. E o Brasil não está no mesmo caminho. 

 

Prepare-se agora, ou poderá ser cobrado depois (com juros).

 

4. Impacto ambiental e invisível

 

Treinar e operar modelos de IA exige mais do que somente dados — exige energia, e muita.

 

Só para comparar: enquanto uma pesquisa comum no Google consome cerca de 0,3 Wh de eletricidade, uma solicitação ao ChatGPT pode exigir até 2,9 Wh, um aumento de 866,67%! Quase 10 vezes mais.

 

Considerando os bilhões de acessos diários, o impacto acumulado se torna expressivo: a estimativa é que sejam necessários quase 10 TWh a mais por ano apenas com o uso da IA ​​generativa. (Fonte: Eletricidade 2024 — Análise e Previsão para 2026)

 

Além disso, no relatório da Meltwater (2025), globalmente, os governos estão registrando os riscos da IA​​​​​​​​ e avançando na regulamentação. Junto às ações da UE e dos EUA, novas leis estão surgindo em níveis estaduais e nacionais ao redor do mundo. 

 

A IA, antes de um território sem regulamentação, agora está sob maior fiscalização. 

 

Para os profissionais de marketing, manter-se informados sobre as normas da IA ​​é essencial para garantir a conformidade.

 


Como usar IA de maneira estratégica e equilibrada

 

 

1. A primeira escolha não é uma ferramenta, é o propósito.

 

Não é sobre o que a IA pode fazer. É sobre por que ela deve fazer.


Se a IA está sendo usada só porque está “na moda”, pare.


Se ela entrar para melhorar um processo sem perder o toque humano, siga.

 

2. Use IA como um assistente, não como autor.

 

Pense na IA como um estagiário genial:

  • Ajuda a organizar ideias
  • Gera rascunhos e variações
  • Sugira caminhos que você ainda não pensou

 

Mas quem dá a palavra final ainda é você ou sua equipe. Criatividade e estratégia não são delegáveis.

 

3. Proteja os dados. É uma confiança.

 

Se você coletar, direta ou diretamente, dados para personalizar, você também é responsável por observá-los.


A IA só é “inteligente” porque alguém se alimenta com dados reais, muitas vezes sensíveis.


Leis como a LGPD e a AI Act da UE desabilitam esclarecendo sobre o que está sendo usado, como e por quê.


E o consumidor também começa a exigir.

 

4. IA não é fórmula pronta. É ferramenta em evolução.

 

Usar IA é como usar um GPS que se atualiza todo dia:


Ele te ajuda a chegar mais rápido desde que você acompanhe as mudanças de rota.
📍Atualize suas ferramentas.
📍Revisar as respostas automáticas.
📍 Acompanhe as novas regulamentações.
📍E , sempre que puder, faça a pergunta de novo.

 


Tudo isso para dizer que…

 

A Inteligência Artificial chegou para ficar. Mas como ela vai impactar sua marca, positiva ou negativamente, depende de como você a utiliza.

 

Ela pode ser uma parceira na eficiência, na personalização e na análise de dados.


Mas também pode ser uma ameaça de desvantagem, de confiança e de substituição se usada sem critérios ou sem propósito claro.

 

Acreditamos que o caminho mais inteligente é o do equilíbrio: unir a potência da IA ​​com a sensibilidade humana. Criar com contexto, aplicar com consciência e evoluir com propósito.


 

Referências

  1. Dentsu. O Ano do Impacto: Tendências de Mídia para 2025.
  2. Meltwater. Tendências de marketing para ficar de olho em 2025.
  3. AIE. Eletricidade 2024: Análise e variação para 2026.

Explore mais conteúdos:

Venha tomar um café conosco:

Agência Matriz

R. XV de Novembro, 1234 | Sala 1002 | Centro, Curitiba – PR, 80060-000

Scroll to Top
×